Algumas coisas nunca mudam, e no final, eu sabia que não importava. Acho que nunca teve importância. Correr atrás só fez com que eu tropeçasse sobre os meus próprios erros. Não conseguir suportar tudo isso, suportar a dor; fez com que eu desistisse de salvar a minha outra metade. A metade boa, viva. Gosto de dizer que não me sinto mais vivo pelo mesmo motivo, pois o motivo está morto. Tentei me converter guardando memórias vagas no fundo da gaveta, acolhendo apenas as coisas boas… Mas elas fugiram. Eu sinto que esteja fugindo dos meus próprios demônios o tempo todo. O silêncio não conseguiu me derrubar por completo, mas a solidão, sim. Eu tenho andado, corrido, arrastado o meu próprio corpo até um lugar seguro, mas não pude encontrá-lo. Abrir os olhos apenas me deixou mais perplexo. Eu amei e perdi. Eu virei, puxei o gatilho.
Queria poder dizer que agora a dor não existe mais.
Juro que se eu pudesse eu levaria tudo embora, toda essa tristeza, toda essa dor. "Eu não sou responsável", você disse, mas você precisa do seu espaço e isso sempre termina do mesmo jeito.
Seu coração ainda está batendo? Eu não posso parar o sangramento, eu te perdi completamente. Se existe um lado bom desse sofrimento, pode me ajudar a vê-lo? Está ficando difícil acreditar e você sempre disse que isso não duraria muito, mas está durando, e eu não estou conseguindo fazer isso parar. Eu não vou fingir sorrir porque por dentro eu estou sombrio. Eu estou vazio. Eu estou morrendo para tentar encontrar o que está faltando na minha vida e agora as coisas mudaram, esta dor é só temporária. Me conformo em silêncio.
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"Noite e dia se completam no nosso amor e ódio eterno. eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser, eu tiro a roupa pra você, minha maior ficção de amor e eu te recriei só pro meu prazer, só pro meu prazer. Só pro meu prazer."