quinta-feira, 26 de abril de 2012

Então eu vou contar

como o conheci. Ele era o "bam bam bam" da escola, eu era nada e não sabia. Minha vida era cheia de mais ou menos. Meu namoradinho mais ou menos, meus amiguinhos mais ou menos, briguinhas mais ou menos... Dai eu o vi. Lindo, com aquele sorrisinho safado de lado e o jeito de menino rebelde.
Eu sempre o amei.

Fiz de tudo para ser notada, de nada adiantou. No dia em que conversamos pela primeira vez, ele parecia desinteressado e não o culpo- fingir que meu refrigerante caiu nele sem querer talvez não tenha sido, agora pensando bem, a melhor forma de fazê-lo gostar de mim. No fim da conversa, aproveitei um único olhar que ele me deu naqueles longos  3 minutos para sorrir amigavelmente. Acho que foi isso. A impressão que tenho é de que ele pensou "não tinha reparado, mas ela é até bonitinha".
Os dias se passaram, durante 2 semanas não consegui falar com ele. Hora ele estava com os amigos e eu fiquei tímida, hora o sinal tocava e eu não tinha tempo de me aproximar ou eu ouvia algum rumor sobre alguma menina com quem ele estava ficando e perdia as esperanças.
Até o dia em que nos esbarramos e ele disse "oi, desastrada". Eu ri, pedi desculpas novamente e saí andando. Depois fiquei querendo me bater e pensando no quanto eu era burra! Tentando achar motivo para falar com ele desde sempre e quando tenho a oportunidade, corro o mais rápido que as pernas permitem.

Mas tudo bem, por que foi dali a uma semana que aconteceu nosso primeiro beijo. Eu me lembro bem. Dia 18 de agosto de 2001, na festa da Carol. Eu tinha 17 anos.
Nos vimos a primeira vez depois daquela em que fugi dele e sorrimos. Falamos algumas besteiras, tipo comentar do tempo, sabe? E o beijo aconteceu. Assim, do nada. Mas foi tão natural, parecia certo. Cheguei em casa sorrindo igual uma idiota. No dia seguinte ficamos de novo, e no outro de novo, e de novo... Depois de menos de um mês estávamos namorando. Saíamos com os amigos depois da escola, dávamos risada. A praça do lado da escola era nossa segunda casa e tudo corria bem. Até ele vir me contar que iria mudar pra bem longe. Ele jurou que não queria, mas seus pais já haviam feito todos os planos, arrumaram novos empregos. Decidimos terminar. Nos abraçamos, choramos e demos adeus. Combinei de cortarmos contato totalmente. Sem telefonemas, cartas... nada! Sofri demais!
No ano seguinte entrei na faculdade, mas ainda pensava nele. Um dia uma carta chegou. Ele dizia "eu sei que combinamos, mas sinto a sua falta" e no dia seguinte eu liguei pra ele. O que aconteceu? Choramos novamente. E eu disse para ele que sempre seria assim. Enquanto não nos afastássemos realmente, não ficaríamos bem. Mas uma vez nos despedimos. E mais uma vez, sofri, muito! Mas acabei esquecendo... Na verdade, não sei se esqueci, mas a dor parou.

No dia 23 de fevereiro de 2007, eu estava na Zona Sul, fui visitar uma amiga. Parei na faixa de pedestres para atravessar, o sinal aberto. Olhei para frente. Quem estava lá, já olhando para mim? Sim, ele mesmo, o amor da minha vida. Sorriu, novamente com aquele sorriso de lado que eu tanto amava e tudo voltou como uma avalanche. Conversamos por alguns minutos, relembramos os velhos tempos, os amigos, descobrimos que ainda tínhamos alguns deles em comum e trocamos telefones para combinarmos de sair.

Depois disso foi só felicidade. Tão grande e absurda felicidade que levou a 11 meses de namoro e outro término que quebrou meu coração. Mas dessa segunda vez, eu nunca sarei.

E essa é toda história do meu blog. É sobre isso que meu amigos leem aqui e vêm me perguntar.

Ah, sim, e por que ele terminou comigo? Mentiras. Inventaram que eu o traí e ele preferiu acreditar nos outros. Quando se deu conta da burrada que havia feito era tarde demais. Porque eu percebi que meu amor era muito grande e tive medo. Tive medo porque lembrei do passado e de todos os sentimentos que ele desabrochava em mim. Do poder que ele tinha de mudar minha vida. E foi pensando nisso que percebi que o que ele sentia por mim não chegava aos pés disso.

Eu sofro até hoje. Ainda tenho vontade de chorar. Faz 4 meses desde que fiquei com ele pela última vez, mas parece que não conseguimos consertar. E de vez em quando ele me liga pra dizer que ainda me ama e eu digo: eu também.