sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sei que pra você não sou NADA

Só queria sentir o seu toque, sua pele, seu cheiro, sua respiração, o aperto do seu abraço, a suavidade das suas mãos passeando pelas minhas costas, o gosto do seu beijo, o calor do seu corpo junto ao meu. Entregar-me a você, ser sua. Acordar pela manhã e ver o seu rosto quando abrir os olhos. Tomar café da manhã junto de ti enquanto observo o seu olhar e o seu sorriso. Caminhar na rua de mãos dadas, me irritar com você por algo que você faça que não me agrade. Sentir ciúmes e rir das bobeiras que você me disser. Sonho em viver todos esses momentos ao seu lado de novo. Sinto-me tão sua… Apenas em sonhar momentos assim ao seu lado. Sinto-me e torno-me sua quando fecho meus olhos e sinto seus braços em volta de mim.
Sinto saudades de você em apenas dois dias de espaço vazio, mas tudo bem, digo, basta continuar a sorrir, a respirar, e todas essas frase que decorei para tentar ficar melhor e me manter no topo. Creio em todas elas, não é mentira. Mas por que nenhuma se aplica a você?
Engulo as lágrimas e sigo em frente, porque amanhã é outro dia, e qualquer outra frase clichê que você conheça só pra terminar isso aqui.
Mas não termina.
Sento-me para escrever. Desabafar. Tirar o que há de corrosivo em mim.
Hoje acordei melancólica. Como Murphy, tudo daria errado. Tá bom, mais um baque e eu sobrevivo.
Sou navio. Bato em semelhantes, esbarro em iceberg's, pessoas tão frias que chegam a me dar tremedeiras, perco pedaços, inundo e quase afundo. Mas um Titanic não é história banal para repetir. Acontece uma vez só. Fico firme por sobre as águas.
Preciso de um banho, tentar tirar de mim toda essa palidez. Mas, para ser sincera, não é isso que quero. Quero sangrar, arder, ferver, viver. E se chorar, machucar, tudo bem, faz parte. Esse é o modo pelo qual podemos ser felizes nos dias de hoje: conformismo.
Nada melhor do que viver romances de novela sentado em um sofá. E se você não tiver forças para viver um de verdade, não tem problema, não será o único, o primeiro, nem o último. Será só mais um. Será só um ninguém, e no anonimato nossas carências são invisíveis. É o tal do 'quem se importa'?
Pode parecer corajoso, mas viver conformada dizendo que por mais que o mundo caia estará tudo bem, é a demonstração mais nojenta de covardia. Sou covarde. Assumo. Sou covarde. Grito: COVARDE. Do latim Coda. C-o-v-a-r-d-e.
Enfrento a vida ressabiada, com uma mão estendida para abraçar e outra recuada para puxar a arma e apertar o gatilho. Se vier um tranco forte, atiro. Se vier um tranco fraco, abraço. Se não vem tranco nenhum, choro. E acordo melancólica assim porque nada aconteceu.
Não matei, não morri. Nada. E não há coragem que me faça levantar daqui e ir atrás de uma história. A minha já está sendo escrita: não tem papel, sem tinta. Vazia.

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